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Noviactual

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Neste dia da mulher cabo-verdiana, o Noviactual conversou com a presidente da Organização das Mulheres de Cabo Verde - OMCV em São Vicente, Fátima Balbina Lima, professora reformada e membro da OMCV desde a data da fundação em 1981.

 

 

Balbina dedica-se com boa vontade e espírito de sacrifício à causa feminina. Está a frente da OMCV, aproximadamente quatro anos, uma organização cujo trabalho social é notável com intervenções diversas junto das comunidades. Olha para os mais desfavorecidos e não esquece o futuro. Iniciativas que beneficiam, por exemplo, crianças fazem parte dos planos da OMCV para trabalhos de terreno no dia-a-dia.

 

 

A esse nível se se pensar que o papel da mulher ao nível da educação dos filhos é de destaque na sociedade cabo-verdiana, então, o trabalho social da OMCV que se intensifica no março mês da Mulher é ainda mais notável. Trabalho que neste mês de março e, sobretudo no dia 27, confunde-se de certa maneira com o ambiente festivo das celebrações do aniversário da OMCV que completa 38 anos de vida.

 

 

Claro! Aniversario é festa, é celebração. É preciso estar-se linda. É momento também de aproximação do salão de beleza, da OMCV, que ofereceu beleza às mulheres que passaram pela sede da organização durante o dia da mulher cabo-verdiana.

 

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Esta é uma organização com história que já se aproxima dos 40. A presidente da OMCV - São Vicente sente que já se fez um longo caminho. 

 

"É uma longa caminhada. Ao longo dos anos a OMCV sempre teve um papel, a nível nacional, junto das mulheres que era lutar, preparar a emancipação. Hoje já não faz sentido falar de emancipação, mas sim, falar de igualdade e equidade do género. Ao longo desses anos a OMCV sempre tem ido ao encontro das necessidades da camada mais vulnerável. Temos organizado e realizado formações para capacitar mulheres no sentido de elas sentirem-se empoderadas e poderem participar no desenvolvimento socioeconómico, político do país. Temos feito muito, mas ainda há muito por fazer e estamos aquém daquilo que nós temos programado. A nossa procura por parcerias, por projetos, por donativos é permanente porque falte-nos ainda a capacidade financeira para realizar tudo o que gostaríamos de fazer junto das mulheres seja nos centros urbanos, seja na periferia da cidade."

 

Quais é que são os desafios do dia-a-dia da Organização? 

 

"É poder responder a demanda aqui na OMCV. Diariamente as mulheres procuram a OMCV perguntando sobre formações, muitas delas à procura de emprego. Quando não conseguimos dar resposta encaminhamo-las para as outras instituições como Câmara Municipal, Centro de Emprego, Pro Empresa, Morabi. Essa é uma luta de todos e devemos trabalhar em união porque juntos podemos fazer muito mais. Se perguntar se estou satisfeita, estou sim. Mas gostaria de conseguir fazer muito mais e esse muito mais depende de uma maior envolvência com as outras instituições seja pública, seja privada."

 

Como é que analisa o papel e os desafios da mulher cabo-verdiana na sociedade atual ao nível, por exemplo, do poder? 

 

"A mulher cabo-verdiana ao longo desses anos teve uma evolução muito grande se compararmos os anos da independência de Cabo Verde e hoje vamos ver que houve uma grande evolução. Temos mulher em todas as esferas da sociedade cabo-verdiana. A mulher está a conquistar o seu espaço, está a cumprir o seu papel, e está sendo respeitada por seu mérito. A mulher demonstrou ao longo desses anos que é capaz, tudo depende dela. 

 

É claro que ainda a sociedade tende a dizer que há papéis para mulheres e há papéis para homens e, a mulher está a responder a isso de forma positivamente. Mas precisámos ainda de mais mulheres nos cargos politicos, nas chefias, nas tomadas de decisões, nas diretrizes das empresas sejam públicas ou privadas. As mulheres sempre estão lá atrás e queremos que elas se perfilem na linha de frente."

 

Fátima Balbina percebe que o que falta agora é a contribuição das mulheres que estando mais evoluídas devem ajudar as ONGs e Associações, a trabalharem para as outras que estão menos evoluídas.

 

No dia da mulher cabo-verdiana Fátima Balbina Lima dirigiu-se às mulheres no país e na diáspora.

 

A todas as mulheres cabo-verdianas, no país e na diáspora, quero dizer, e agora falo como mulher cabo-verdiana e não como OMCV, Somos capazes. Somos responsáveis para a educação de todos, porque se começarmos essa educação em casa, com os filhos, educa-los no sentido de igualdade, no pleno sentido da palavra, educa-los no sentido das oportunidades, teremos uma sociedade cada vez melhor. E, tudo depende da mulher, ela é que comanda a educação, no verdadeiro sentido da palavra. Mas gostaria de dizer que nós somos capazes e podemos chegar lá onde quisermos. Continuem essa luta sem desanimo. 

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